Deputados gaúchos cogitam criação da CPI da água

A bancada petista avalia a possibilidade de pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar a privatização dos serviços de água e esgoto no Estado. A hipótese está sendo levantada pelos petistas devido a rumores de que estaria havendo favorecimento a empresas privadas em licitações, inclusive com a existência de gravações de áudio que comprovariam as irregularidades.

A criação da CPI chegou nessa quarta-feira à mesa do procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga. Cinco deputados do PT foram ao encontro do procurador, na sede do Ministério Público (MP). Oficialmente, o encontro serviu apenas para que os deputados elogiassem a operação do MP, que prendeu, na segunda-feira, três suspeitos de favorecer empresa em licitação para privatizar o fornecimento de água e esgoto no município de São Luiz Gonzaga. No entanto, os petistas foram ao MP para saber se a criação de uma comissão dificultaria as apurações conduzidas pelo órgão desde setembro de 2011.

A investigação do caso, pelo MP, se iniciou a partir da interceptação de ligação telefônica em que se relatava suposta corrupção na licitação do serviço de saneamento em São Luiz Gonzaga. O promotor do caso, Flávio Duarte, declarou que as investigações prosseguem. “Há outros municípios em que essa empresa participou de licitações”, disse. O promotor ressalta que não vê vínculo das privatizações com algum partido político específico.

O debate na bancada petista se iniciou pelo deputado Jeferson Fernandes (PT). Ele alega que teve acesso a gravações nas quais um político explicaria o funcionamento do esquema de fraude nas licitações de privatização da água e do esgoto no RS. As supostas gravações já estão com o promotor que investiga o caso. “Se não atrapalhar as investigações do MP, tocaremos a CPI”, afirmou Fernandes. Luis Fernando Schmidt (PT), autor de PEC arquivada, que proibia a privatização de 100% dos serviços de água e esgoto, também defende a CPI. “Temos que verificar se há envolvimento de outros municípios”, apontou. Para Daniel Bordignon (PT), existem interesses privados que vão contra a Corsan. “É cedo para avaliar se faremos uma CPI, mas, se houver base legal, nos interessa investigar o tema”, declarou.


Fonte: correiodopovo.com.br

 

 

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