Reunião entre SINDIÁGUA e Corsan debateu a Resolução 27
Na tarde da última sexta-feira o SINDIÁGUA se fez presente na Corsan para uma reunião (solicitada por nós) sobre a Resolução 27. Resolução administrativa assinada pelo presidente. O nosso entendimento era que, por se tratar de uma resolução administrativa, uma reunião com o presidente, o diretor Administrativo e a superintendente de Recursos Humanos já estaria mais do que suficiente.
Para nossa surpresa, o diretor Administrativo não estava e a superintendente de RH quase ficou fora da mesa, sentada num cantinho (espaço que sobrou para ela), chegou muda e saiu calada. Um batalhão de pessoas que, muitas delas, não sabíamos o que estavam fazendo ali. Aliás, eles próprios também não sabiam o que faziam ali.
Iniciada a reunião, o presidente do SINDIÁGUA, Leandro Almeida, explanou o motivo do pedido de reunião e entregou um ofício que dizia o seguinte: “No entendimento do SINDIÁGUA esta Resolução irá criar enormes dificuldades de operação em alguns setores e paralisa outros. Além de claramente contrariar o que está escrito em nosso Acordo Coletivo de Trabalho, bem como a legislação trabalhista vigente. Por estes motivos, pedimos a revogação desta resolução.”
Como podem ver, um texto claro e objetivo. Até porque, não são necessários mais do que dois neurônios para saber onde a resolução contraria o Acordo Coletivo, tendo em vista que até “Banco de horas” a dita resolução cita. Então o presidente da Corsan, pensando que estava tratando com o prefeito de Erechim saiu com essa: “A resolução não pode ser revogada. Por que ela é minha! Foi eu que fiz e eu sou o presidente da Corsan!!”
Então o Presidente do SINDIÁGUA respondeu: “E eu sou o Presidente do SINDIÁGUA e estamos pedindo sim, a revogação!! A medida engessa a Corsan, afetando diretamente a qualidade do serviço prestado e por consequência a população, num momento em que a chegada do verão aumenta consideravelmente o consumo de água. Além disso, a Companhia comete um crime contra os trabalhadores do setor de Tratamento – e suas famílias – fazendo-os trabalhar 26 dias por mês e também criando um Banco de Horas tanto nas COPs quanto no setor Administrativo, algo que fere frontalmente o Acordo Coletivo de Trabalho.” Como podem perceber, um “ótimo” início de reunião.
O que se viu depois foi ilustres desconhecidos que não sabem minimamente como a Corsan REAL funciona, que momentaneamente ocupam algum carguinho (por indicação política) querendo ser mais que o rei. Ar de deboche, longe da responsabilidade que o momento exigia. Quase quarenta minutos de reunião e o tema não avançava. O advogado da Corsan mais preocupado em discutir passivo trabalhista do que propriamente a resolução. Quando finalmente conseguimos dar início aos questionamentos, paramos no primeiro item.
– Como que uma resolução que mexe tão profundamente na rotina de trabalho vai se basear num 0800 que não funciona?
Pronto! Caiu a casa. Os “colaboradores” presentes quase subiram na mesa, contestando e dizendo que o 0800 funciona perfeitamente. O presidente da Corsan é o que menos sabe de 0800. O bloco de “colaboradores” não deixa chegar ao presidente qualquer reclamação. Na mesa, dois “colaboradores” que estiveram na Audiência Pública de Canoas há poucos dias, onde o 0800 foi massacrado pelos usuários e nem ali, diante da nossa manifestação, tiveram a capacidade de informar ao presidente da Corsan a situação ocorrida. Até porque se eles relatassem ao presidente sobre Canoas, talvez o presidente ficasse sabendo da barbeiragem operacional que resultou na Audiência Pública e pior, saberia quem foi o responsável.
Afirmamos que são muitas as reclamações sobre o serviço do 0800 e um dos ilustres desconhecidos à mesa que, percebeu-se, ganha FG para chefiar alguma coisa pediu que encaminhássemos a ele quando chegasse alguma reclamação. Ao que foi respondido que se nós fôssemos fazer o papel da gestão, a FG deles (que nada sabem, nada fazem) deveria ser repassada para nós. Desnecessário dizer que não gostaram da ideia.
Como seguir uma conversa totalmente infrutífera? Numa reunião sobre um tema tão importante, o lado da Corsan afirma que o 0800 é a oitava maravilha do mundo, não tem mais o que conversar. Demonstra com exatidão o nível de conhecimento que os ditos “colaboradores” têm do funcionamento da Corsan. Eles não sabem minimamente do dia a dia do nosso trabalhador e trabalhadora. Mas, fizemos nosso dever. Alertamos oficialmente ao presidente da Corsan sobre os riscos desta resolução. Sobre o aumento considerável do passivo trabalhista que isto vai gerar.
De um lado da mesa “colaboradores”, do outro trabalhadores. Não tem como render a conversa. Com o ofício já entregue ao presidente da Corsan, saímos da reunião. Os “colaboradores” permaneceram, brincando de Corsan. Uma Corsan que só existe na imaginação deles. A nós cabe, assim que a resolução for implantada, tomar as medidas judiciais cabíveis.
Ata
A Corsan divulgou uma ata de reunião, tal qual a Corsan dos “colaboradores”, que só existe na imaginação deles. O SINDIÁGUA não assinou e não reconhece o “documento”.