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SINDIÁGUA-RS e Aegea retomam negociações do ACT 1 com avanços e impasses

 

Na sexta-feira, 10 de outubro de 2025, a direção do SINDIÁGUA/RS, com apoio do escritório COP Advogados e da Comissão de Negociação eleita em Assembleia Geral, realizou mais uma rodada de negociações com representantes da CORSAN/Aegea na sede do sindicato. O encontro teve como foco discutir o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 1) dos trabalhadores e trabalhadoras remanescentes da antiga Corsan pública, com vigência expirada desde 30 de abril e prorrogado até 31 de outubro.

A reunião teve início tenso, marcado pela apresentação do informativo “Berro d’Água”, publicação sindical que expõe a realidade enfrentada pelos trabalhadores e trabalhadoras. O material foi entregue aos representantes da empresa com o convite à reflexão e à retomada do diálogo em bases mais respeitosas.

Propostas de indenização geram impasse

Durante a análise das cláusulas do ACT, a AEGEA propôs a indenização pela retirada de diversos direitos com repercussão financeira, incluindo o Vale Rancho, auxílio PCD, vale-cultura e plano odontológico.

Inicialmente, a proposta da empresa previa indenização de até seis vezes o valor do Vale Rancho e quatro vezes os demais benefícios. Após negociação, os valores foram elevados, chegando à proposta final de 10 vezes o Vale Rancho e oito vezes as demais cláusulas.

A direção do sindicato considerou a proposta insuficiente e decidiu encerrar a discussão no ponto, reiterando que não aceitará condições que não atendam minimamente às necessidades dos trabalhadores.

Plano de saúde dos aposentados

Um dos temas mais sensíveis da negociação foi a tentativa da Aegea de suprimir a cláusula que garante o IPE Saúde para aposentados. A comissão sindical reagiu com firmeza, afirmando que, caso a empresa insista na retirada, o sindicato ingressará com Ação Coletiva. “Essa cláusula é fundamental para a vida dos trabalhadores que se dedicaram à empresa”.

Vale Rancho continua em debate

A possível extinção do Vale Rancho voltou à pauta e foi novamente rejeitada pelo sindicato. O presidente Arilson Wünsch reforçou que o benefício foi conquistado como alternativa à reposição salarial e que a categoria não aceitará sua retirada sem contrapartidas adequadas.

Outros pontos discutidos com algum avanço incluíram estabilidade pré-aposentadoria, turnos de revezamento, difícil acesso, indenizações por assiduidade, auxílio-creche e vale-cultura.

“Após meses de negociação, essa foi a primeira vez que houveram avanços objetivos: discutimos a possível indenização para as cláusulas financeiras que a empresa deseja suprimir e reafirmamos que cláusulas sociais não são indenizáveis. O compromisso é construir alternativas que fortaleçam os trabalhadores e trabalhadoras, minimizando perdas e buscando conquistas. A união da categoria, incluindo remanescentes, novos e aposentados, é fundamental. A divisão beneficia o outro lado, que não é o dos trabalhadores”, afirmou Arilson.

Próximos passos

Uma nova reunião está agendada para o dia 24 de outubro. O objetivo é aprimorar a proposta apresentada e, caso avance, submetê-la à análise dos representantes sindicais e posterior apreciação da categoria em Assembleia Geral.

A comissão de negociação, representada por Valmir Ludwig e Marcelo Fanfa, reforçou que cada cláusula é fruto de décadas de lutas e não será retirada sem resistência. O sindicato segue comprometido com a defesa dos direitos da categoria e disposto a levar a disputa a todas as instâncias necessárias.