Negociação do ACT: avanço insuficiente e próxima reunião marcada para 10 de outubro
Após um longo período sem reuniões destinadas à negociação do Acordo Coletivo de Trabalho dos funcionários remanescentes na empresa, no dia 2 de outubro, a direção do SINDIÁGUA-RS, juntamente com a COP Advogados e a Comissão de Negociação definida em assembleia, recebeu na sede do sindicato representantes da AEGEA para uma nova rodada de negociação.
Cabe lembrar que este Acordo Coletivo está vencido desde 30 de abril de 2025, sendo sucessivamente prorrogado — sua última prorrogação garante a validade de todas as cláusulas até 31 de outubro de 2025.
Nesta quinta-feira, seguimos discutindo diversas cláusulas que a empresa insiste em suprimir.
Como já apontado em outros boletins, tratam-se de pontos que englobam direitos sociais e financeiros, impactando diretamente a vida de mais de 1.000 trabalhadores e trabalhadoras remanescentes da antiga empresa pública.
É importante ressaltar que este Acordo vem sendo construído há 40 anos. Começou com apenas uma folha frente e verso e hoje reúne mais de 100 cláusulas, conquistadas com luta e dedicação por gerações de trabalhadores que ergueram e consolidaram o saneamento no Rio Grande do Sul. Qualquer supressão neste conjunto significa retirar conquistas, que afetam diretamente quem ainda garante água de qualidade e o tratamento responsável do esgoto devolvido à natureza.
Na reunião anterior, havia sido discutida a possibilidade de indenização para a retirada de algumas cláusulas, principalmente as de caráter econômico. Entretanto, a proposta da empresa ficou muito aquém do que a categoria merece. Na reunião do dia 2, houve algum avanço, mas ainda muito distante do esperado. Apesar do discurso empresarial de que vivemos um “novo momento”, é a força de trabalho de cada colega que continua sustentando o lucro da companhia.
O presidente do SINDIÁGUA-RS, Arilson Wunsch, reforça:
“Estamos visitando diariamente nossas bases, de norte a sul do Estado, dialogando com nossos colegas sobre nossa importância enquanto trabalhadores e trabalhadoras do saneamento, e debatendo coletivamente os rumos desta negociação. Suprimir direitos conquistados ao longo de QUATRO DÉCADAS é destruir o esforço de todos que participaram desta construção. A Empresa precisa olhar com respeito para os remanescentes da antiga Companhia Pública, que hoje transmitem conhecimento, treinam e acompanham novos colegas diariamente. É com esse espírito que buscamos uma indenização que possa ser minimamente considerada pela categoria em substituição aos direitos econômicos. Quanto aos direitos sociais, seguimos firmes: estes são insubstituíveis.”
Encerrada a reunião, ficou agendado um novo encontro para o dia 10 de outubro, quando esperamos um avanço real nas propostas apresentadas pela empresa, de forma que possamos avaliar coletivamente e seguir o processo de negociação.