Por que a Corsan tenta trazer a Fiergs à mesa de negociação?

Nesta quinta-feira (12) foi realizada a reunião Intersindical para tratar do Acordo Coletivo de Trabalho. O encontro, organizado pela direção da Corsan, teve por objetivo expor como se dará a negociação da Campanha Salarial 2016/2017.

Durante a reunião, uma novidade: a presença do Sindicato Patronal (Fiergs). Fato este que para o Sindicato é ilegítimo, já que a negociação envolve o sindicato dos trabalhadores e a direção da Companhia. Para o SINDIÁGUA, a presença da Fiergs na mesa de negociação é injustificável.

No encontro, o Sindicato salientou o bom histórico da relação de entre Sindicato e Companhia, tanto nas questões salariais quanto na defesa e manutenção da Corsan pública, se reservando assim ao direito de não ouvir o representante do Fiergs que teve seu espaço na reunião, sendo assim, o SINDIÁGUA se retirou mais cedo do encontro por entender que a participação da Fiergs não é bem vinda numa negociação intra-corpore.

Uma reportagem da Revista Modal pode dar a resposta sobre o motivo pelo qual o governo Sartori quer a presença da Fiergs à mesa de negociação. Confira trechos da matéria.

“Ao avaliar o quadro das finanças públicas do estado, Müller sugeriu ao governador José Ivo Sartori a extinção de estatais improdutivas, como a Companhia Riograndense de Artes Gráficas (Corag), e a privatização de empresas como a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e a CEEE-D.”

No caso da Corsan, o presidente da Fiergs lembrou que apenas 15% do esgoto são tratados no Rio Grande do Sul. “Se tomarmos como referência os investimentos da empresa nos dois últimos anos, a continuar nesse ritmo vamos levar 90 anos para alcançar a universalização do esgotamento sanitário no estado”, disse Müller. “Como sabemos que uma das principais fontes de doenças é o esgoto não tratado, torna-se urgente encaminhar essa questão”, argumentou.

Tanto a Corsan como a CEEE-D, segundo Müller, também sofrem de injunções políticas, “dado ao uso dos cargos em estatais como moeda de troca” para viabilizar a chamada governabilidade. “Como são indicados políticos sem nenhuma formação para atender as exigências das empresas, a metade do mandato termina sem que eles tenham aprendido as suas funções. No caso do setor privado, a gestão funcionaria de maneira muito melhor, o que traria eficiência para a operação de saneamento no estado.”


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