Privatização da Cedae ameaça 50% da empresa, afirmam sindicatos de empregados
A intenção do governo do Estado do Rio de Janeiro de privatizar ou criar concessões dos serviços prestados atualmente pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) já repercute entre as entidades de classe dos funcionários do órgão. Hoje, os 5.750 empregados são celetistas públicos (com direitos semelhantes as dos servidores estatuários, mas regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho — CLT). Neste caso, já se fala em risco de desligamento para a metade dos trabalhadores em caso de privatização.
— Entre 50% e 60% dos funcionários da Cedae correm risco. Não temos muitas garantidas. A empresa que assumir um serviço entrará com a mentalidade do setor privado, de aumentar receitas e cortar gastos. Os maiores gastos são com pessoal — disse Humberto Lemos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento Básico e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e Região (Sintsama-RJ), um dos cinco sindicatos de empregados da empresa.
A discussão sobre a privatização da Cedae é tratada pelo governo do estado e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nesta semana, a instituição levará um plano de ação sobre como oferecer a estrutura e o objeto de trabalho da Cedae ao mercado, para discussão entre a União e outros estados a respeito de concessões e privatizações em todo o país.
O projeto inicial do BNDES é manter a produção de água bruta sob responsabilidade da empresa. Os serviços de distribuição de água, de outros produtos e de esgoto deverão ser concessionados.
Com informações do Jornal Extra