Acordo Coletivo: trabalhadores aceitam proposta da Corsan
Nesta terça-feira chegou ao fim uma das Campanhas Salariais mais árduas da história dos trabalhadores da Corsan. Após sete meses de negociações, mobilizações e de muita luta, foi aceita a proposta negociada entre SINDIÁGUA e Companhia referente ao Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018.
A proposta final, que foi enviada ao Sindicato na véspera da Assembleia Geral de hoje, traz os seguintes destaques.
Reajuste salarial – 2,0% retroativo a maio; 1,95% para dezembro. Reajuste das cláusulas sociais de 3,99% retroativo a maio de 2017.
Triênios – Continua valendo o tempo trabalhado na Corsan.
Prêmio Leitura – Mantém redação do ACT vigente.
Prêmio Assiduidade – Pagamento mensal até dezembro de 2017. A partir de 2018, o valor mensal será incorporado ao Prêmio anual.
Auxílio Alimentação – Mantém redação do ACT vigente
Vale Rancho – Até dezembro de 2017, pagamento integral. A partir de 2018, o Vale “Peru” será diluído ao longo do ano no Auxílio Alimentação e no Vale Rancho.
Auxílio Educação – Oito anos para o término do curso e de permanência na Corsan.
Reembolso educação infantil – Participação no pagamento a partir do sétimo mês, até sete anos de idade.
Auxílio Pessoas com Deficiência – Será pago por 365 dias.
Licença Adoção – Adequação a lei
Turnos – Permanece redação do ACT 2016/2017 com as seguintes alterações:
– Jornada de 8 horas com intervalo de uma e duas horas, a partir da terceira hora.
– Jornada de 6 horas com intervalo de 15 minutos.
– Escalas – SINDIÁGUA poderá solicitar e terá acesso.
– Jornada de 12 X 36 (Nova legislação trabalhista).
– Possibilidade de intervalo de 30 minutos até duas horas (Nova legislação trabalhista).
Horário Flexível – Mantém redação do ACT vigente.
O presidente do SINDIÁGUA, Leandro Almeida, valorizou o grande comparecimento dos trabalhadores na Assembleia e as lutas que marcaram a Campanha Salarial 2017/2018.
“O que vimos aqui hoje foi uma das maiores Assembleias de nossa história. Mais de dois mil trabalhadores demonstraram uma união que significou esta vitória frente às ameaças que o governo Sartori tentou implementar em nosso Acordo Coletivo. A resistência de nossos trabalhadores ao longo destes meses e as mobilizações realizadas na defesa de nossos direitos, foram responsáveis pelo bom fechamento das negociações”, ratificou Almeida.
Também foi aceita a proposta para compensação dos dias parados, que ficou condicionada à retirada do processo iniciado pelo SINDIÁGUA para a recuperação judicial dos valores referentes aos dias.
Ato marcou o fim da Campanha Salarial
Após o término da Assembleia, os trabalhadores realizaram uma caminhada até o Palácio Piratini, onde mostraram sua insatisfação contra o projeto de Parceria Público-Privada (PPP) que a Corsan está implantando na Região Metropolitana.
Para o SINDIÁGUA, o projeto é lesivo à Companhia pois dá a iniciativa privada o controle da inteligência e operação de setores vitais para a sobrevivência da Corsan, ou seja, é o primeiro passo para a privatização da Companhia e uma ameaça ao emprego dos trabalhadores.
Ainda, a PPP – através de seu contrato – trará aumento de tarifa às cidades que será implantada. Sendo que para os demais municípios poderá trazer o fim do subsídio cruzado, que beneficia as menores cidades e por consequência sua população.
O SINDIÁGUA já está tomando medidas jurídicas para verificar a legalidade do projeto.