NOTA DO SINDIÁGUA/RS AGRESSÕES A FUNCIONÁRIOS DA CORSAN/AEGEA
Recebemos, no último domingo (11/05), imagens estarrecedoras de agressões cometidas contra trabalhadores que estavam realizando conserto em uma rede de água no interior do Estado. Trabalhadores que deixaram as comemorações do Dia das Mães com suas famílias para cumprir sua missão de levar água à população. O SINDIÁGUA–RS se solidariza com os trabalhadores agredidos e repudia veemente tais atos de violência contra profissionais que estão apenas exercendo seu trabalho para garantir o sustento de suas famílias e retornar para casa com saúde e segurança. Muitos desses funcionários, inclusive, possivelmente foram chamados em seu dia de folga para atender à ocorrência.
Se a população está preocupada ou revoltada com os rumos do saneamento no Rio Grande do Sul, o primeiro responsável é o ex-presidente Jair Bolsonaro, criador da Lei nº 14.026, de 2020. Lei esta que também atendeu aos interesses do atual governador reeleito, Eduardo Leite, que no dia seguinte à sua aprovação, anunciou a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN, empresa que contava com mais de 96% de aprovação da sociedade gaúcha. Todo esse processo teve apoio da frente parlamentar de direita na Assembleia Legislativa, que hoje ocupa cargos no governo Leite. Não podemos esquecer também dos prefeitos que à época defenderam a privatização como solução. Por fim, e não menos importante, é preciso responsabilizar a empresa que atualmente comanda o saneamento no Estado, tanto a alta gestão quanto os comandantes locais.
Vamos responsabilizar as pessoas certas, da mesma forma que não se deve agredir o balconista do supermercado pelo preço do café.
Pedimos à população que respeite os trabalhadores, que estão apenas tentando realizar seus trabalhos e sobreviver recebendo seus salários que, na visão do SINDIÁGUA/RS, são insuficientes para o grau de responsabilidade e essencialidade da função que exercem: tratar e levar a água que você consome todos os dias.
Se algum trabalhador estiver próximo da sua casa realizando algum serviço, ofereça a ele respeito e humanidade — e não ameaças. E, se a situação não está pior, pode ter certeza: é justamente graças a esse trabalhador que está ali realizando seus trabalhos com excelência. São os trabalhadores, que mesmo com cobranças abusivas, assédios, ameaças e agora agressões, ainda continuam sendo os únicos com quem a população consegue dialogar.