SINDIÁGUA apoia os caminhoneiros

Estamos acompanhando atentamente os acontecimentos que estão mobilizando nossa sociedade. Consideramos legítimo todo movimento ou manifestação que venha no sentido de defender o direito da população brasileira, principalmente quando o tema, direta ou indiretamente, acaba afetando as parcelas menos favorecidas.

Legítimo como foram nossos movimentos em defesa da CLT, contra as Terceirizações, contra a Reforma da Previdência, contra a PEC do Teto dos Gastos Sociais e Contra o Golpe, na luta contra a PPP. Bem como nossa luta na busca de responsabilização pela perda dos recursos do PAC, na luta pela preservação da Corsan e manutenção dos nossos empregos.

Infelizmente, o povo brasileiro parece reagir apenas quando é atingido no bolso de forma direta e imediata. Esta greve dos caminhoneiros tem também entre seus percalços, a interferência de oportunistas que visam se aproveitar da angústia de uma sociedade oprimida pela atual situação econômica nacional, e acaba sendo distorcida das mais diversas maneiras.

Apoiamos a manifestação, mas não colocaremos a nossa marca em piquetes onde há inúmeras faixas pedindo a intervenção militar.

Apoiamos a manifestação, mas queremos discutir a origem de todo o problema. O que os manifestantes pedem hoje é a redução da carga tributária sobre o diesel.

Quando o atual presidente assumiu, o preço do gás de cozinha estava em média R$ 53,00. O litro da gasolina, em média, R$ 3,60 e o diesel custava R$ 3,00.

A carga tributária era a mesma. O mesmo volume de impostos que hoje incide sobre estes três itens já existia há dois anos. Então, conclusão lógica, o principal vilão não é o imposto. Embora todos saibamos que deveria sim, ser menor.

O que acontece, na realidade, é que Temer foi colocado lá por setores da economia que exigiam tais mudanças. Exigiam que a Petrobras não fosse mais usada como uma empresa a serviço do povo brasileiro, utilizando seu poderio na regulação do preço dos combustíveis.

Temer transformou a Petrobras numa empresa que foca o lucro dos investidores privados. E, veja que o maior dono da Petrobras é o povo brasileiro.

Temer reduziu a produção das refinarias brasileiras para justificar a importação de produtos derivados do petróleo que eram produzidos nas refinarias brasileiras, gerando emprego, gerando impostos aqui, para os brasileiros. Preferiu gerar riquezas lá no estrangeiro. Isto tudo colocou a Petrobras refém dos preços internacionais. E, a cada variação lá fora, o povo aqui sente no bolso.

E isto não está sendo discutido na greve dos caminhoneiros. Ficarão felizes agora com a redução de R$ 0,46 no litro do diesel. Não reduziu preço do gás e nem da gasolina. Isto foi concedido não porque Temer tenha revisto a atual política de preços da Petrobras, mas sim pela redução de impostos.

Quem vai pagar os R$ 14 bilhões que o governo terá de rombo com este subsídio? Todos nós. Os caminhoneiros pequenos, donos dos seus caminhões, que necessitam do trabalho para sustentar suas famílias, fazendo os piquetes no Brasil inteiro e quem negocia com o Temer são os donos de grandes frotas de caminhão. O resultado não poderia ser outro.

Muitos falam que tem que privatizar tudo e deixar que o mercado se regule. Aí está. O preço dos combustíveis no Brasil está regulado pelo tal de mercado. Ficou bom?

Portanto, nós do SINDIÁGUA/RS, apoiamos a manifestação, mas entendemos que o foco deveria ser outro e, de maneira alguma deveria haver pedidos de intervenção militar. Somos pela DEMOCRACIA sempre.

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