Estudo comprova capacidade da Corsan em universalizar saneamento sem aporte privado
Estudo comprova capacidade da Corsan em universalizar saneamento sem aporte privado
Fórum em Defesa da Água e Saneamento divulgou planilhas nesta quarta-feira usando dados oficiais
Estudo realizado pelos técnicos do Fórum em Defesa da Água e do Saneamento com dados oficiais da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) comprovam que a estatal tem todas as condições para atingir as metas de universalização de esgotos prevista na Lei 14.026/20 sem precisar de recursos privados. “Fica definitivamente derrubada a teoria forçada pelos Governo estadual e o gestor da Corsan que a meta só seria atingida com a privatização”, registra o documento. As planilhas foram divulgadas nesta quarta-feira (12/01).
Entre os dados apresentados estão as planilhas de 2021 mostrando crescimento sete vezes maior no número de economias faturadas com esgoto, aumento de 8,57% comparado com o ano anterior, e ampliação também de 1,22% no percentual de economias faturadas com água.
Os especialistas projetaram a partir dos dados percentuais de 2021 para 2033, comprovando que o percentual desse crescimento em água e esgoto atingirá 37,66%. Somando este volume às metas de 40% a serem alcançadas pelo programa Solução em Tratamento de Esgoto (SoluTrat), para limpeza de fossas sépticas, iniciado pela Corsan em março do ano passado, alcança 77,66%.
Faltariam apenas 12,34% para atingir os 90% previstos pela Lei Federal como meta para 2033, o que pode ser atingido somente com a valor a ser acrescido nos investimentos pela desoneração, cerca de R$ 150 milhões/ano sem demandar sequer investimentos externos, destaca o documento do Fórum.
As entidades observar que a partir de 2022 começam a entrar as novas economias faturadas oriundas da PPP com as nove maiores cidades da Região Metropolitana, em percentual superior a 14,43%, o que ultrapassa a meta estimada de 90% das economias faturadas em água com esgoto (77,66% + 14,43% = 92,09 % c/esgoto separador absoluto e misto).
Os técnicos destacam que o estudo é conservador, visto que nas áreas previstas fora do Solutrat, não considera nesta análise nenhuma economia atendida com tratamento de esgoto, mesmo existindo muitas com esgoto misto, que pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) são contabilizadas como esgoto tratado.
A nota observa ainda que informações oficias da Companhia comprovam a capacidade financeira de atender compromissos de investimentos muito maiores do que os estimados na planilha.
“A privatização da Corsan somente servirá para promover o enriquecimento criminoso de uma empresa privada por um Capex (termo em inglês que define despesas de capital para uma empresa aumentar lucros) superestimado que na prática não se confirmará. Resta saber, ou até já sabemos, quem tem a informação privilegiada para vencer a licitação”, conclui o documento.
Para o presidente do Sindiágua, Arilson Wünsch, o estudo técnico reforça todas as suspeitas e alertas já feitos pela entidade. “Comprova-se a capacidade da Corsan em atender as metas e manter os serviços de água e esgoto públicos. Em todo o mundo se constata que a privatização piora o atendimento e encarece os serviços aos usuários. Seguiremos mostrando que privatizar é ruim para toda a sociedade”, destaca o dirigente da entidade que integra o Fórum.