SINDIÁGUA/RS participou de Seminário da CUT que discutiu a transição energética e os desafios para os trabalhadores (as)
O SINDIÁGUA/RS participou, nesta sexta-feira, 13 de junho, do Seminário “Transição Energética Justa: Desafios e Possibilidades para os Trabalhadores e Trabalhadoras no RS”, promovido pela CUT/RS, no Sindibancários, em Porto Alegre. O presidente do Sindiágua/RS, Arilson Wünsch, que também é Secretário de Meio Ambiente da CUT/RS, coordenou a segunda mesa do Seminário, que tinha a temática “Transição Energética, impactos e possibilidades para o RS”.
O debate acontece num momento em que Porto Alegre e diversas cidades do RS ainda se recuperam da enchente de 2024, que revelou que a crise climática já é realidade. E nesse cenário, os painelistas Nelson Karam , do DIEESE; Miriam Cabrera, presidente do Sindipetro/RS; Frei Sérgio, do Instituto Padre Josimo e Antônio Jailson da Silva Silveira, presidente do Senergisul/RS, reforçaram a urgência de uma transição energética justa, que coloque os trabalhadores no centro das soluções.
Segundo os debatedores, milhares de famílias perderam tudo, e os mais vulneráveis seguem sendo os mais afetados. O atual cenário escancara o racismo ambiental, onde comunidades negras, periféricas e indígenas são historicamente as mais expostas aos riscos ambientais e às consequências do descaso com o território e com o clima.
Soma-se a isso o greenwashing, prática em que empresas ou instituições tentam se promover como sustentáveis apenas no discurso, sem mudanças reais em suas práticas. Essa maquiagem verde pode enganar a população e enfraquecer o debate sério sobre as transformações estruturais que a crise climática exige. Uma transição energética justa não pode ser usada como fachada para manter os mesmos interesses de sempre.
Outra constatação do debate é que é fundamental refletir sobre os impactos da privatização nesse processo. A entrega de setores estratégicos, como energia, saneamento e transportes, visando o lucro a qualquer custo, dificulta a implementação de políticas públicas voltadas à justiça climática.
A conclusão dos debatedores é que a transição energética poderá ser uma grande oportunidade, mas precisa sair do papel. Os sindicatos, movimentos sociais, associações comunitárias, populações indígenas e quilombolas precisam estar no centro do debate climático. Nenhuma política climática será eficaz se aumentar a fome, o desemprego ou o desespero social. Que ela venha com justiça e controle social visando proteger tanto o planeta quanto as pessoas. A transição precisa reconstruir sem excluir, ser uma ponte entre o mundo que temos e o mundo que queremos: mais limpo, mais justo, mais solidário.