Governo do estado desiste de abrir capital da Corsan
Anuncio foi feito em coletiva de imprensa após manifestação do Tribunal de Contas
Na manhã desta quarta-feira (13), o governo do estado anunciou em coletiva de imprensa a desistência da abertura de Capital da Companhia Riograndense de Saneamento. No comunicado, a Corsan informa que desistiu do IPO após o Tribunal de Contas do Estado determinar que fosse interrompido a oferta pública para a privatização da estatal.
Considerando a dificuldade para finalizar o IPO no prazo pretendido e regular, o governo destacou como desafiadora as circunstâncias do mercado de capitais para ofertas públicas de ações no país, mesmo assim, demanda que o projeto de privatização seja reestruturado. Segundo a direção da Corsan, a revisão de valores inviabilizaria a operação no prazo pretendido pelo estado.
O SINDIÁGUA/RS ressalta a importância da sociedade e a categoria se manterem vigilantes nesse processo, pois embora o governo e a Companhia não tivessem obtido êxito na tentativa de privatização neste momento, a expectativa é vender a companhia ainda este ano.
De acordo com o presidente da entidade Arilson Wünsch, não haverá desistência total por parte do estado. “Estamos em ano eleitoral, e o governo joga e tira do centro das discussões a questão da privatização da água mas o desejo da direção da Companhia e também do governo é de cumprir a tarefa. Logo após as eleições estarão tentando novamente convencer a população de que a única saída é a privatização da Corsan. Quem definirá a privatização da Corsan será o povo gaúcho nas urnas, completa”.
Leilão
De acordo com o governo, o método mais viável no momento para a tentativa de privatização, é leiloar a companhia, segundo o diretor presidente, Roberto Barbuti, o novo modelo deve permitir “maximizar” o valor das ações da estatal. O que o governo não menciona publicamente é que existe uma cláusula nos contratos com as prefeituras que impede a privatização.
O processo de Oferta Pública de Ações demandava um registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), já o processo de privatização total, ou seja, a venda de 100% das ações da companhia, pode ser encaminhado diretamente à Bolsa de Valores (B3).
O sindicato acredita que o governo está “jogando para torcida” e que com a derrota terão que explicar aos gaúchos os mais de cem milhões gastos com a IPO que agora eles sepultam em virtude da luta da categoria.